O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que apoia o reajuste dos servidores da Polícia Federal, mesmo em meio à política do governo de Michel Temer para cortar gastos públicos.
A votação do projeto estava prevista para acontecer nesta terça-feira (18), mas foi adiada para quarta (19).
Moraes disse que não vê contrassenso em defender o aumento de salários da PF neste momento de ajuste fiscal.
“Sem dúvida [vou apoiar]. Encaminhei essa medida no governo quando assumimos, dia 12 de maio. A questão da PF havia ficado para trás. Ou seja, o governo anterior havia encaminhado todos os projetos mas não o da PF, apesar de fazer parte do mesmo pacote”, disse o ministro. “Quando assumimos conversamos com a PF. O presidente Temer encaminhou e espero que seja aprovada.”
Temer enviou o projeto para a Câmara dos Deputados no final de julho, com receio de que houvesse uma greve dos policiais, às vésperas do início da Olimpíada do Rio.
O acordo havia sido firmado em maio, ainda com a então presidente Dilma Rousseff.
“Não [vejo contrassenso]. Exatamente por essa questão. O projeto da PF foi discutido por um semestre inteiro com outros projetos. Determinado momento, o governo destacou só a PF e mandou os outros, que já foram aprovados e sancionados. É discussão pretérita, não atual”, completou Moraes.
Na segunda-feira (17), o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, esteve pessoalmente na Câmara para pedir apoio dos deputados para a aprovação do reajuste.
Segundo ele, foram apresentadas “dezenas de emendas” ao projeto que, se fossem incorporadas, inviabilizariam o aumento para a categoria.
A prioridade do governo Temer é a votação em segundo turno da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria um teto para os gastos públicos, prevista para a próxima semana.
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