Crise pode ser a chance de redefinir o mundo, diz Morin

Os movimentos populares e as crises econômicas do século 21 geram incertezas e incitam debates sobre as suas consequências. “Arrisco a hipótese de que talvez tenhamos chegado a um momento de ruptura”, escreve Edgar Morin em “Como Viver em Tempo de Crise?”.

O livro, escrito em parceria com o filósofo Patrick Viveret, acadêmico do Instituto de Estudos Políticos de Paris, apresenta os efeitos sentidos pela sociedade e sugere que tempos de crise podem ser a oportunidade de uma metamorfose.

Para os autores, neste momento, a coletividade pode construir um futuro diferente. “O que caracteriza a metamorfose, como qualquer criação, é não ser previsível”, diz Morin.

“[Antonio Gramsci] lembrava que uma crise ocorre no momento em que o velho mundo custa a desaparecer, em que o novo mundo custa a nascer, e nesse claro-escuro, dizia, podem surgir monstros”, comenta Viveret no texto “O que Faremos com Nossa Vida?”.

Segundo Viveret, a primeira onda de mutação se caracteriza pela insustentabilidade do modelo vigente, quando questionamentos ecológicos, sociais, financeiros e éticos se manifestam e causam mal-estar.

“Esse velho mundo foi se tornando insustentável, e a crise o revela”, conta. “Essa crise também contém potencialidades criadoras”.

“Como Viver em Tempo de Crise?” chega ao Brasil publicado pela editora Bertrand Brasil. A tradução é de Clóvis Marques.

]]>