A uma semana da votação da denúncia contra Temer, ministro afirmou que placar é ‘problema da oposição’. Segundo ele, governo retomará em agosto negociações da reforma da Previdência. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ao G1 nesta quarta-feira (26) que o governo tem “absoluta certeza” da vitória na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados.
A sessão está marcada para a próxima quarta-feira (2). Os deputados vão decidir se admitem ou rejeitam a denúncia de corrupção passiva contra Temer, apresentada no final de junho pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Temos certeza que vamos rejeitar no plenário, como foi rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça, o pedido de abertura de processo crime contra o presidente da República. Isso nós temos absoluta certeza que acontecerá”, disse o ministro ao G1.
Cabe ao plenário da Câmara autorizar ou não o STF a processar o presidente. A denúncia da PGR tem por base delações dos executivos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. São necessários os votos de 342 dos 513 deputados para que seja autorizada a tramitação da denúncia no Supremo.
Questionado sobre os mapas com votos de deputados feitos por parlamentares aliados a Temer, que indicaram cerca de 220 a 250 votos a favor do presidente, Padilha preferiu não arriscar prognósticos.
“O placar? Problema da oposição, que tem que colocar 342 votos no plenário”, declarou.
Antes do recesso, a denúncia passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A partir da liberação de emendas e da distribuição de cargos, o governo teve o apoio de líderes de partidos da base, que promoveram uma série de trocas de titulares do colegiado.
Deputados indecisos ou que votariam a favor da denúncia foram substituídos por parlamentar que se posicionaram contra a acusação. As mudanças garantiram a vitória dos governistas, com a derrubada do parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava o prosseguimento da acusação.
Reforma da Previdência Na entrevista ao G1, Padilha também afirmou que o governo retomará na próxima semana, ainda durante a análise da denúncia, a articulação para aprovar a reforma da Previdência no Congresso.
“A prioridade A do governo federal, do governo do presidente Michel Temer, é a reforma da Previdência”, disse.
Conforme Padilha, a meta do governo é concluir a aprovação da reforma até outubro.
“A ideia é que, durante agosto, setembro e outubro nós tenhamos a votação completada já no Senado da República”, frisou.
“Nós entraríamos no mês de novembro, isso é um ano antes da eleição, com a reforma da Previdência aprovada, o que seria uma grande vitória para o povo brasileiro”, afirmou o ministro.
A partir da próxima semana, na volta do recesso parlamentar, Padilha, outros ministros e o próprio presidente Michel Temer vão retomar as conversas com os líderes dos partidos aliados para mapear os indecisos e contrários à reforma em cada bancada.
O governo pretendia já ter aprovado as mudanças previdenciárias, porém a votação na Câmara acabou suspensa depois da divulgação da delação dos executivos da J&F.
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