a prontidão no servir e no cuidar

Dando sequência a série de reportagens com Policiais Federais que o SINPEF/PE elaborou, desfrutaremos, neste texto, da entrevista concedida pela APF Shalilmar Clemente por ocasião do mês das mães. Essa foi a primeira entrevista por telefone. Porém, foi o bastante para notar o perfil de mãe coruja, cuidadora, zeladora, atenta… guerreira! Shalymar Clemente ingressou na Polícia Federal em 1981. Ficou sabendo do concurso, passou nas etapas, fez o treinamento na Academia Nacional de Polícia (ANP) e tornou-se policial federal. Foi algo não tão esperado. Inesperadamente aconteceu. Lotada na cidade do Rio de Janeiro, a agente passou a integrar e atuar na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). “Essa área é um dos carros chefes da PF. Eu tive a oportunidade de atuar e ser reconhecida. Não era vista como mais uma mulher, mas como uma colega combatente que estava sempre à disposição”, conta Shalymar.

Pelo fato de a entrevista ter sido por telefonema, alguns pontos deixaram de ser analisados ou sentidos, mas depois de um tempo, por conta da segurança da agente federal, as informações e sentimentos começaram a fluir. A mulher de palavras firmes e de esperteza singular contou um pouco de sua rotina após a aposentadoria com suas filhas Flávia de 31 anos e Patrícia 29 anos. Aposentada há três anos, ela vive com as filhas e o marido. O laço familiar permanece firme.

Também foi conversado sobre a divisão do tempo entre as tarefas da PF e a atividade materna, o cuidado com as filhas, quando ela ainda estava na ativa. “Eu enfrentei muita dificuldade, principalmente quando elas ainda eram bebês. Deixar as minhas crianças em casa para trabalhar na segurança pública era bastante preocupante. Mas eu tive apoio das colegas da PF que já eram mães. Me davam dicas, conselhos…. Eu fui muito acolhida e me deixaram até no Plantão para que eu tivesse mais tempo com a maternidade”, explica Shalymar. “Um desses impasses, por exemplo, era o período de férias das creches que geralmente é no mês de janeiro por diante. Nesse período, as crianças precisavam de uma atenção maior, mas como o período de férias era escolhido dando preferência aos mais velhos na instituição, eu nunca ficava nessa data. Mas como já falei, sempre fui ajudada”, salienta.

A policial fala sobre o cuidado com as filhas e como a natureza da profissão influencia nisso. “Infelizmente, eu não deixava as minhas filhas brincarem na rua. O meu cuidado com elas sempre foi grande. Sem dúvida alguma, com o convívio das atividades de um policial federal, você acaba absolvendo muito daquilo e percebe as maldades do mundo. Isso aumenta a preocupação e o cuidado com os filhos. Um policial federal é um membro do órgão e está diretamente ligado a ele.  Querendo ou não, acabamos trazendo muito da atividade policial para as outras áreas das nossas vidas”, afirma a policial.

Antes de integrar a PF, ela era técnica em contabilidade. “Na contabilidade, a rotina não te deixa variar. Já na Polícia Federal, não há rotina. O próprio desenrolar da atividade…  A natureza policial é dinâmica! Isso, em todas as funções. Até para quem faz atendimento é assim”, explica a agente. “A Polícia Federal não é só um emprego”, conclui.

“Sempre gostei de trabalhar em regiões de fronteiras. Sempre gostei do sentimento de missão cumprida. Hoje a mulher briga e quer ser empoderada, mas na época não tinha isso. Eu, na contramão, sempre fiz o que achei que deveria fazer e tinha o respeito dos colegas. Acredito que esse respeito foi consequência de características que adquiri ao longo do tempo, por meio da prontidão”, relata.

Além da seriedade na natureza materna, Shalymar é conhecida pelos colegas como uma pessoa com autoestima elevada, alegre e bem-humorada. Ao final das perguntas e respostas a mulher se mostrou pronta a ajudar no que fosse preciso. Prontidão. Supõe-se, no entanto, que essa prontidão esteve ainda mais presente no cuidar, preservar e amar as filhas.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SINPEF/PE

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