Por Inaldo Sampaio- jornalista pernabucano – colunista da Folha de Pernambuco
O advogado Carlos Neves, da comissão eleitoral da OAB, pede a palavra para defender o projeto de reforma política da entidade que mereceu contestação do advogado José Paulo Cavalcanti Filho e do professor Maurício Romão. O projeto veda a doação a políticos e a partidos por parte de empresas, instituindo o “voto transparente” com eleições em dois turnos – primeiro se vota no partido, mas se exige eleições diretas para a escolha dos candidatos. “A mobilização vem ganhando apoio nos mais diversos setores da sociedade e em todos os estados da federação, o que poderá levar essa reforma política a ser aplicada já nas eleições do próximo ano”, diz o advogado Carlos Neves. Ele afirma também que a OAB está “aberta a críticas”, mas não aceitará, “até pela sua história de luta”, qualquer viés autoritário na discussão do projeto, “que desde o seu nascedouro possui caráter eminentemente democrático”. Só o fato de a OAB ter apresentado um projeto para discussão merece os aplausos da sociedade. Mas o desconhecimento do Congresso por parte do seu presidente, Marcus Vinicius Furtado Coelho, o leva a acreditar na sua aprovação. Porém, como bem observou o professor Maurício Romão, trata-se de um “delírio reformista” da OAB, sem qualquer chance de êxito.
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