Autor: SINPEF-PE

Serviço público: o problema

Artigos e Opniões
Por: Luis Carlos Alcoforado - Advogado As ruas brasileiras foram ocupadas por multidões de pessoas, entre as quais cidadãos, que perseguiam mudanças, e vândalos, que pretendiam, simplesmente, o caos predatório. O movimento social, aparentemente espontâneo, abalou e surpreendeu o Estado, que, atônito e perplexo, correu para refugiar-se na intimidade das instituições, muitas das quais alvo da insatisfação popular, em busca de resposta para a crise de confiança há muito instalada na complexa relação entre povo e poder. Logo, os Poderes migraram da letargia enfadonha para, em linguagem improvisada, apresentar soluções teoréticas que acalmassem a exaltação popular. O povo despertou a inércia das autoridades, que supunham que a insatisfação popular era residual, limitada a setores da sociedade, ...

Direito Penal não resolverá o problema da corrupção

Artigos e Opniões
Opinião Por: Euro Bento Maciel Filho De tempos em tempos, a sociedade escolhe um determinado delito ou assunto inerente ao Direito Penal para servir como “bola da vez”. Já tivemos o crime de extorsão mediante sequestro, o latrocínio, a questão da maioridade penal, tráfico de drogas, tráfico de armas de fogo, embriaguez ao volante, adulteração de remédios e tantos outros. Atualmente, a voz das ruas adotou o crime de corrupção como o nosso grande vilão. De fato, de tudo o que se viu, foi fácil constatar que, entre as inúmeras reivindicações dos manifestantes, o combate à corrupção era uma das principais bandeiras desse movimento que, recentemente, tomou as ruas e as avenidas do país. Convém mencionar que o delito de corrupção, muito embora não seja praticado com violência ou grave ameaça à p...

A cara política da classe média

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Opinião Por: Maria Clara R. M. do Prado O país descobriu nos últimos dias algo que não deveria ter surpreendido analistas, deputados e senadores, governantes e estudiosos: o sentimento de "pertencer" - fazer parte de uma sociedade - da classe média, que implica tomar ciência da condição de cidadão como contribuinte e eleitor. O que se vê nas ruas é uma cobrança generalizada por serviços públicos de melhor qualidade e em maior quantidade, maior responsabilidade por parte dos políticos em geral e total repúdio ao desvio do dinheiro que se paga na forma de taxas e impostos. Quem se surpreendeu com a mobilização do povo não levou em conta um fato banal: junto com a melhoria de renda não surgem apenas novos consumidores, mas também pessoas melhor informadas, inseridas no tecido da sociedade e, ...

"A PEC 37 é feita para punir os acertos do Ministério Público"

Entrevistas
Entrevista No próximo dia 26, a Câmara dos Deputados colocará em votação, com ou sem acordo, segundo o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a emenda constitucional número 37, que pretende tirar do Ministério Público o poder de conduzir investigações criminais. Se for aprovada, a emenda colocará o Brasil numa infausta lista que reúne Quênia, Uganda e Indonésia, países onde o Ministério Público é amordaçado. Para o procurador de Justiça do Rio Grande do Sul Lenio Streck, professor da Scuola Dottorale Tulio Scarelli, em Roma, e da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a medida é uma tentativa de enterrar investigações sobre políticos. “O Ministério Público é pago para defender interesses públicos que historicamente serviram a uma minoria. Contrariar esses interesses...

As investigações criminais não serão feita às escuras

Artigos e Opniões
Ordem social Por: Alexandre Camanho Extreme de dúvida que a investigação pelo Ministério Público decorre de seu perfil constitucional. Querer um Ministério Público inerte e resignado a uma atuação exclusivamente reativa é atentar contra a ordem social atual, sobretudo, do imperativo combate à sofisticada criminalidade que hoje prospera. Certo, por outro lado, que o Legislativo e o Judiciário sustentam a necessidade de regulamentação da investigação conduzida pelo Ministério Público — para além de instrumentos normativos internos já existentes —, de forma a aprimorar o exercício dessa atividade e prestigiar a cidadania. Nesse rumo, tem-se que eventual regulamentação não deve enunciar uma investigação conduzida isoladamente pelo Ministério Público. Ao reverso, deve promover um trabalho integ...

Aécio Neves: "É preciso ter coragem para fazer diferente" (trecho)

Entrevistas
O senador afirma que o PSDB reduzirá os ministérios à metade se chegar à Presidência - e diz que o governo de Dilma é o casamento "do improviso com a ineficiência" LEOPOLDO MATEUS, ALBERTO BOMBIG, JOÃO GABRIEL DE LIMA E HELIO GUROVITZ O senador Aécio Neves evita assumir sua pré-candidatura a presidente. Mas já fala como candidato. Faz até promessas de campanha. “Se o PSDB assumir o governo, e eu tiver um papel nesse processo, não teremos no Brasil mais que 22 ministérios”, afirmou ele em entrevista a ÉPOCA, dentro da série Líderes Brasileiros. Com um discurso de tom fortemente oposicionista, várias oitavas acima da tradição tucana, Aécio encorpa a voz contra o PT. “É preciso ter coragem para fazer diferente.” Nem o Bolsa Família, espécie de tábua sagrada da política brasileira nos últimos ...

Muhammad Yunus: "Dar dinheiro para os pobres mascara a miséria"

Entrevistas
Para o prêmio Nobel da Paz de 2006, o estímulo ao empreendedorismo é mais eficaz para resolver a pobreza do que programas assistencialistas, como o Bolsa Família JOSÉ FUCS E MARCOS CORONATO O economista Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz em 2006, foi um visionário ao apostar na concessão de microcrédito e no empreendedorismo para reduzir a miséria em Bangladesh, onde ele nasceu e vive até hoje. Fundador do Grameen Bank, em 1976, e autor do livro O banqueiro dos pobres (Ed. Ática), Yunus contribuiu de forma decisiva para popularizar o microcrédito em todo o mundo. Segundo ele, o empreendedorismo é uma solução mais eficaz do que programas assistencialistas, como o Bolsa Família, para reduzir a pobreza. “Dar dinheiro para os pobres não é uma solução para a miséria”, diz. “É uma forma de masc...

“Grampo é uma das maiores violências contra a pessoa”

Entrevistas
O alerta é feito pelo presidente da OAB paulista, Marcos da Costa, em entrevista a este site. Na prática, a pretexto de aperfeiçoar o processo, a proposta apenas institucionaliza o sistema vigente, na linha adotada pelo presidente-general Ernesto Geisel, quando quis conter a representação dos estados maiores no Congresso Nacional, em 1975. Nesta entrevista, o dirigente critica a forma como os tribunais concebem o processo judicial eletrônico (“o processo é um meio e não um fim em si”) e repudia a tentativa do Ministério Público de substituir a Polícia no processo penal — o que dá à acusação posição de mando no processo. Fala também da resistência de tribunais a indicações de advogados, pelo quinto constitucional, para compor a magistratura e das importantes questões que passam pela remodel...

Presidente do SINPOFCE faz esclarecimentos sobre a AGE

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Em entrevista a NordesTV Façanha fala sobre novas mobilizações » Na manhã dessa sexta-feira (08), recebemos no sindicato a equipe da NordesTV para uma entrevista com o presidente Carlos Onofre Façanha Dantas, para esclarecimentos sobre a AGE – Assembleia Geral Extraordinária realizada em Brasília esta semana. Foram abordados diversos temas, entre eles o Presidente destacou que serão reunidos cerca de mil policiais federais de diversas partes do país dentro do Congresso Nacional. A categoria planeja uma reivindicação contra a votação da PEC 37, além de exigir do governo a aplicação da lei, o reconhecimento da categoria que é remunerada como ensino médio, mesmo sendo exigido para o ingresso na classe o nível superior. “Essa militância da Polícia Federal já vem de longos 6 anos e nenhuma das ...

PEC 37 afronta Estado Democrático de Direito

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Por: Paola Cantarini Uma visão sistêmica e uma interpretação teleológica da Constituição Federal em especial, seus artigos 44, parágrafo 1º , I, e 4º, combinado com os artigos 129 IX e VI permitem concluir pela constitucionalidade dos poderes de investigação direta pelo parquet, por ser este dotado de garantias de imparcialidade ante as garantias de independência funcional, inamovibilidade e vitaliciedade, ao contrário da Polícia Civil e da Polícia Federal, que sofrem ingerências do Estado, do poder econômico e da política, uma vez que as polícias no Brasil estão vinculadas ao Poder Executivo, já por caber a ele a nomeação dos respectivos cargos de chefia, não permitindo uma atuação isenta e imparcial destes órgãos, em prejuízo ao princípio da separação dos poderes, pelo fortalecimento des...