Artigos e Opniões

Piriluto de maconha. É legal?

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Enquanto a legalização não chega a Nova York, compra-se doce da erva legalmente nas ruas POR MARTHA M. BATALHA, NOVA YORK Há algumas semanas eu estava andando em Manhattan rumo à Union Square quando me perguntaram se eu queria um pirulito de maconha. A oferta não foi feita à noite ou em algum canto obscuro da rua, mas às quatro da tarde nas esquinas da rua 14 com Sétima Avenida, por uma morena de um metro e oitenta, salto alto e vestido de oncinha, em frente a uma van decorada com folhas de maconha gigante, em companhia de outra morena de visual semelhante e que gritava: AQUI!!! PIRULITOS DE MACONHA!!! MACONHA!!! MACONHA!!! AQUI!!!!! Olhei pra um lado, olhei pro outro e perguntei: Pode? E descobri que sim, pode. O doce era legal (no sentido da lei mesmo), e por cinco dólares eu levaria um ...

Fenapef: sindicalismo em ação

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Salário Aumento de R$ 3 mil: verdade ou mentira? A proposta de um aumento linear de R$ 3 mil para todos os cargos do Departamento de Polícia Federal é mais uma lenda, um factoide criado e alimentado nos corredores do Órgão. Por meio da Lei nº 12.527 – Lei de Acesso à Informação -, o Sindicato dos Policiais Federais no DF (Sindipol/DF) solicitou informações acerca da tramitação de documentos referentes à “proposta dos R$ 3 mil”. Entretanto, o próprio Ministério da Justiça desconhece a existência de qualquer documento que encaminhe proposta nesse sentido. A assessoria do MJ informou “que não foram produzidos quaisquer documentos de caráter técnico ou jurídico acerca da referida reunião.” Afirma ainda que encaminhou o documento ao DPF e o mesmo salientou “não existir documentos que versem sob...

Marcelo Tas: o facebook e a máquina de escrever

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Minha primeira vez na Redação da Folha coincidiu com a chegada dos computadores. Até então, o ambiente era dominado pelas máquinas de escrever e pela fumaça dos cigarros. Fui testemunha ocular da rejeição instantânea de alguns colegas à novidade tecnológica. Uns profetizavam que a chegada das "máquinas silenciosas com monitores parecidos com os de TV" era um sinal do fim do jornalismo. Outros se agarravam nostálgicos às suas Olivettis como náufragos diante de uma boia no convés do Titanic. Temo que o atual debate "jornalismo convencional x redes sociais", da forma como tem sido conduzido nesta Folha, repete o falso dilema "computador x máquina de escrever". A comparação entre ferramentas diferentes, somada à confusão entre ferramenta e usuário, conduz a conclusões distorcidas. A mudança ce...

A pedra no caminho

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Para o STF, à vista do retorno ao "mensalão", chama-se embargos infringentes por Mauricio Dias Após o Acórdão de cerca de 8 mil páginas compostas a partir das discutidas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em torno da Ação Penal 470, batizada popularmente de “mensalão”, surge, como se previa, a controvérsia relativa aos “embargos infringentes”. Isso significa uma pedra no caminho do tribunal, que se reúne a partir do dia 14 para dar continuidade ao julgamento. Uma pedra não no meio, como na poesia de Drummond, mas no fim. A Corte está dividida. Para alguns cabe o embargo e para outros não cabe. Embargo infringente é um instrumento que permite uma retratação, uma mudança radical na decisão tomada dentro de certas condições. Isso significa a possibilidade de transformar água em vinho....

Corrupção em xeque

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Contra um mal que pervaga todos os estratos da sociedade precisamos de remédios potentes, ou melhor, de vacinas. Quando não há vacinas, como contra o mal da corrupção, que tem impacto direto no desenvolvimento socioeconômico dos países, o caminho da prevenção reside em simplicidade, transparência, esclarecimento e punição. Simplicidade pode ser a chave para derrubar argumentações de quem pratica sonegação fiscal, comércio ilegal ou informalidade. A complexidade do sistema tributário brasileiro, o tamanho da sua carga, a burocracia e o longo processo para efetuar o pagamento dos tributos têm sido pretexto e fator para corrupção e sonegação. Números ajudam os pérfidos argumentos: no Brasil as empresas gastam em média 2.600 horas por ano para o pagamento dos impostos, em comparação com a médi...

Crise pode ser a chance de redefinir o mundo, diz Morin

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Os movimentos populares e as crises econômicas do século 21 geram incertezas e incitam debates sobre as suas consequências. "Arrisco a hipótese de que talvez tenhamos chegado a um momento de ruptura", escreve Edgar Morin em "Como Viver em Tempo de Crise?". O livro, escrito em parceria com o filósofo Patrick Viveret, acadêmico do Instituto de Estudos Políticos de Paris, apresenta os efeitos sentidos pela sociedade e sugere que tempos de crise podem ser a oportunidade de uma metamorfose. Para os autores, neste momento, a coletividade pode construir um futuro diferente. "O que caracteriza a metamorfose, como qualquer criação, é não ser previsível", diz Morin. "[Antonio Gramsci] lembrava que uma crise ocorre no momento em que o velho mundo custa a desaparecer, em que o novo mundo custa a nasce...

Crise

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Na corporação, delegados e agentes divergem sobre atribuições; por ordem do governo, prioridade agora está em grandes eventos e combate ao tráfico de drogas Considerada uma das instituições com maior credibilidade no País, a Polícia Federal (PF) vive uma crise de identidade. Segundo delegados e agentes, uma mudança de orientação do governo federal tem consequências diretas nas operações de combate à corrupção, que nos últimos anos se tornaram marca registrada do órgão. Além disso, segundo integrantes da corporação, a crise se agrava diante de uma disputa velada de poder entre agentes e delegados. Leia mais: Cartilha sobre "trabalho dentro da lei" pode travar operações da PF No ano passado, o governo Dilma Rousseff (PT) redirecionou o planejamento estratégico da PF e mudou o foco de trabalh...

“PF está em estado terminal”, alerta Valéria Manhães

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Presidente do SSDPF/RJ fala sobre a luta dos policiais federais em entrevista à Rádio Manchete A presidente do SSDPF/RJ, Valéria Manhães, foi a convidada especial do programa Confronto, da Rádio Manchete AM, desta terça-feira (6), quando falou sobre o movimento dos policiais federais no Rio de Janeiro e em todo o Brasil pela valorização da carreira. Em uma hora de entrevista, Valéria expôs os graves problemas pelos quais os escrivães, papiloscopistas e agentes (EPAs) vêm passando nos últimos tempos, a partir da política de gestão implementada no DPF, que não privilegia a meritocracia. “A Polícia Federal está doente, em estado terminal porque não usa o critério da meritocracia. Hoje, um jovem de 25 anos mais bem colocado num concurso pode chefiar um policial com mais de 20 anos de profissão...

A polícia que brinca de “esconder” pessoas

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Enquanto cidadãos e organizações de defesa dos direitos humanos cobram das autoridades do Rio de Janeiro o esclarecimento sobre o que ocorreu com o pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 23 dias, a dona de casa goiana Maria das Graças Soares luta quase que sozinha, há oito anos, para saber o paradeiro de seu filho Murilo Soares. O garoto é umas das 39 pessoas que, segundo organizações sociais de defesa dos direitos humanos, desapareceram após serem abordadas por policiais militares na Região Metropolitana de Goiânia nos últimos anos. “Eu também queria saber onde está o meu filho. Eu queria que os governantes, as autoridades, também me ajudassem”, disse Maria das Graças à Agência Brasil. “São 39 famílias de desaparecidos após abordagem policial que até hoje não tiveram respostas”, come...

Corrupção, que alívio!

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A revelação, feita pela Siemens, de um cartel de empresas para corrupção em serviços na obra do metrô paulistano, traz, além de outros possíveis sentimentos, um alívio para muitos. São as pessoas entre as quais é recorrente, há tantos anos, a referência à corrupção nessa obra --sem sequer vislumbre de denúncia ou de investigação dos que deveriam fazê-las. Vem de longe. Do começo. No remoto e mal esquecido governo de Orestes Quércia, tive uma experiência paralela de como as coisas se passavam e continuaram a ser. Muito feliz com o que o metrô em São Paulo proporcionava, Quércia quis fazer mais um, este na Campinas de suas origens. À época administrada pelo braço direito de Lula no PT e no sindicalismo, Jacob Bittar, e nem por isso Quércia teve problema. Um acordo resolveu o conveniente. As ...