Na data de hoje o agente da Polícia Federal de Dourados, Marcos Antônio Soares Assunção, o “Rambo”, foi assassinado a tiros na periferia da cidade. O crime aconteceu numa terça-feira, 13 de junho de 1998 em um bosque que existia na época na rua Desiderio Felipe de Oliveira, na entrada do bairro Novo Horizonte. “Rambo” como era mais conhecido nos meios policiais bem como para os que conviviam na época no submundo do crime, em especial o contrabando e o tráfico de drogas, foi atingido por dois tiros, um na nuca e outro na cabeça, e morreu no local. O crime aconteceu por volta das 13h15 e na época, a Polícia Federal presumiu que “Rambo” teria sido atraído para uma emboscada armada por dois de seus “informantes”. Ao ser fuzilado, “Rambo” caiu ao lado de um veículo VW/Saveiro descaracterizado, que havia usado para chegar até o local. Na cintura dele a perícia apreendeu uma pistola Glock 9 milímetros de fabricação australiana e no tornozelo em um coldre estava um revólver Rossi 38 cano curto e dentro do veículo havia um fuzil Sturn Rugger calibre 5,56 milímetros. TRAIÇÃO Mesmo com este arsenal em seu poder, o agente federal não teve tempo para reagir, uma vez que foi surpreendido pelo assassino, que o surpreendeu primeiro com o tiro na nuca. Na época de sua morte, o agente federal tinha 35 anos, era casado e pai de um filho de pouco mais de dois anos. No mesmo dia do crime a Policia Federal prendeu em flagrante o então acadêmico de Direito Kleber Rocha Pinto, na época com 34 anos por ser suspeito de ter ligações com o crime depois que pistas dadas por testemunhas levaram os policiais até ele. De acordo com informações, “Kleber” era “informante” de “Rambo” e ao ser interrogado na delegacia que ficava na época em um prédio na rua Major Capilé, acabou entregando o seu “comparsa” e autor dos tiros que mataram o agente federal, Jaime Favaro, o “Jaiminho” ou “Gauchinho”, que era muito conhecido na região do Grande Flórida e apontado como responsável por vários assassinatos na cidade. Conforme consta no inquérito policial, “Rambo”, no dia do crime, recebeu um telefonema anônimo onde a pessoa dizia que havia um ponto de drogas na rua Desiderio Felipe de Oliveira e ao checar a informação sozinho, acabou sendo atraído na verdade, para a morte. Consta que para matar o agente federal “Gauchinho” usou uma moto de propriedade de “Kleber”. GRANDE CAÇADA Com a morte de “Rambo” e a prisão de “Kleber”, um grupo de cerca de 50 agentes federais iniciaram uma verdadeira “caçada” para capturar Jaime Favaro, o “Gauchinho”, que era um rapaz de cor branca e cabelos loiros, de cerca de 20 anos de idade. “Gauchinho” após matar o agente federal fugiu da cidade e buscou abrigo na casa de uma irmã em Laguna Caarapã e no local não conseguiu a guarida. Após pegar um cobertor e certa quantidade de alimentos, ele se embrenhou numa mata fechada onde foi cercado pelos agentes federais. Cansado, com fome e frio, “Gauchinho” teria “reagido à prisão” e foi morto três dias depois de ter executado o agente federal. O corpo de “Gauchinho” vale ressaltar transformou-se em peneira e ficou irreconhecível de tanto tiros de grossos calibres que recebeu. Ao sair da mata ao encontro dos agentes federais “Gauchinho” estava portando apenas um revólver Magnum calibre 357. “Gauchinho” que era criminoso e extremamente “frio e calculista” foi acusado na época de participar de outras execuções na cidade. O corpo de “Rambo” que havia nascido em Santo Anastácio (SP) foi sepultado em Dourados e, tempo depois, informação consta que foi trasladado os restos mortais para a sua cidade natal, onde foi novamente sepultado, porém no jazigo da sua família.]]>