As recentes divulgações de dados sobre a segurança pública revelaram uma melhora significativa nos indicadores do setor. A Polícia Federal (PF) registrou um recorde na captura de foragidos da Justiça: somente em maio deste ano, foram localizados e detidos 1.351 foragidos, superando a marca histórica para o período.
Nesta semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou o Mapa da Segurança Pública 2025, publicação que aponta uma redução de 6,33% nos homicídios dolosos registrados no país em 2024, em comparação com o ano anterior. Foram 35.365 vítimas, frente a 37.754 em 2023. Também houve aumento na apreensão de drogas: a cocaína registrou alta de 5,57% (cerca de 137 toneladas) e a maconha, de 9,93% (mais de 1,4 mil toneladas).
Apesar da melhora nos indicadores, os dados não refletem a realidade enfrentada pelos policiais federais no exercício de suas funções. A categoria ainda lida com sobrecarga de trabalho, assimetrias nas atribuições e salários entre os cargos da carreira, elevado grau de risco e responsabilidade extrema nas atividades executadas, entre outros desafios estruturais.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) vem alertando, há anos, o governo e a sociedade sobre as condições em que esses profissionais atuam. A entidade tem trabalhado de forma contínua para melhorar essas condições e valorizar a atuação dos policiais federais, por meio de articulações institucionais e propostas que visam à ampliação do efetivo, modernização da estrutura da carreira e à aprovação de uma Lei Orgânica da Polícia Federal que realmente contemple as reais atribuições dos cargos.
A PEC da Segurança apesar dos alertas, o governo federal segue ignorando essas demandas. Um exemplo disso é a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2025, conhecida como PEC da Segurança Pública, elaborada sem a participação das principais representações do setor, incluindo a Fenapef.
Como resultado, o texto não contempla as reais necessidades da segurança pública nem da sociedade brasileira. Também frustra as expectativas dos profissionais que atuam diariamente na linha de frente, deixando de propor melhorias que de fato promovam mais eficiência e valorização do trabalho policial.
A Fenapef atua agora para alterar o texto da PEC, propondo iniciativas que contemplem investimentos em tecnologia, inteligência policial, integração de dados e atendimento a demandas históricas da categoria, como a reestruturação da carreira e a garantia de direitos funcionais.
A Fenapef permanece firme e atuante na defesa intransigente dos direitos da categoria. A entidade segue vigilante no combate a qualquer violação das garantias legais e constitucionais dos servidores, além de manter sua atuação constante na promoção da valorização profissional, por meio de iniciativas que buscam o reconhecimento, a dignidade e o fortalecimento do papel dos policiais federais na segurança pública do país.