Por: Igor Dutra Cavalcante
Caros colegas,
Passamos por um momento fundamental para o futuro do Departamento de Polícia Federal. Depois de quase setenta anos de existência podemos, enfim, debater e reestruturar nossas carreiras e atribuições. Demorou? Certamente. Mas a urgência não deve conduzir à prematuridade e negligência. Precisamos mensurar cautelosamente cada passo. Não é demais lembrar que não propomos galgar atribuições indevidas e destoantes das que nos reservou a intricada complexa estrutura deste órgão, mas somente consolidar formalmente o que de fato realizamos. Nosso esforço diário é seguramente sustentáculo para o engrandecimento desta casa.
Porém, não são os festejos que conduzem à vitória, mas o contrário. Atrás deste acerto de contas, persiste um equívoco crucial e ainda intocado: a especialidade e unicidade de cada cargo. Sim, realizamos atividades únicas, específicas e distintas. Não há cargo que realize exatamente a atividade de outro e algo a mais. Assim fosse, persistiria a divida. Assim fosse, a ineficiência ainda assombraria nossos passos. Não é isso o que de fato ocorre hoje.
Como peças de um relógio, cada servidor deve ter definidas suas funções. Se não, a técnica cede ao capricho, a exatidão sucumbe à imprecisos e caóticos movimentos. Há quem gerencie o cartório, quem proceda às perícias e laudos papiloscópicos, realize análises de dados ou faça vigilância policial. Há também quem fundamente e represente por medidas investigativas, assim como há quem, com técnica específica, se encarregue de classificar e contextualizar uma imensidão de informaçõesdesencontradas. Cada um responsável por uma parte para a grandiosidade do todo.
Chegou a hora de percebemos que os cargos devem caminhar no mesmo sentido, lado a lado. As diferenças históricas podem, finalmente, ser enterradas pela luz do bom senso. Persistir em distinções descabidas e sem fundamentos já demonstrou que só enfraquece o órgão frente às outras estruturas governamentais. Caminhemos ombro a ombro, pé a pé. Ganha o órgão. Ganham os cargos. Ganha a sociedade brasileira.
Igor Dutra Cavalcante Agente de Polícia Federal
Foi-nos divulgada proposta que contempla, acertadamente, o reconhecimento da necessidade de nível superior para a execução das nossas atividades. Mais, nela há relacionadas diversas atribuições de elevada complexidade e, ainda, fundamentais à atividade-fim que fizemos jura de zelar e perseguir com determinação: investigar. É esta, sim, a atividade para a qual o órgão se desenhou e desdobra hercúleos esforços para cumprir.
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