A população é de cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas. As fronteiras internacionais chegam acima de 3 mil e 200 quilômetros. Os crimes federais são tantos que, provavelmente, nem mais de duas vezes o efetivo atual, poderia resolver tudo. Passam por nossas fronteiras armas pesadas, que abastecem as grandes quadrilhas e são essenciais para que o crime organizado, na região e em todo o país, continue cada vez mais poderoso. O tráfico de drogas é comum, porque Rondônia se tornou um caminho aberto para que elas venham dos nossos vizinhos, atravesse o Estado e sejam espalhadas pelos quatro cantos do Brasil e cheguem à terras distantes. Há quadrilhas especializadas em assaltos a bancos, fortemente armadas. Some-se a isso crimes terríveis, como o tráfico de pessoas (centenas de mulheres são levadas para a Europa, principalmente, para se prostituírem) e as constantes operações envolvendo a prisão de corruptos que ocorrem por aqui. Desenhe-se esse quadro real e, tente-se ao menos, compreender como a Polícia Federal de Rondônia tem apenas 161 policiais em atividade. A comunidade assiste, há meses, várias paralisações dos federais, não só em Rondônia, como também em todos os estados brasileiros. Na semana passada, um mega protesto aconteceu também em Brasília. Pouco tem resolvido. Com péssimos salários (congelados há quase sete anos); com condições de trabalho muito ruins; com um efetivo muito abaixo dos cerca de 400 policiais de que necessitaria hoje, a Polícia Federal de Rondônia está muito aquém do que deveria estar. Quando essa situação terrível vai acabar? Só quando o governo federal se sensibilizar para tudo isso que está acontecendo, numa das instituições mais respeitadas do país. E parar de tentar fazer com que a PF seja uma Polícia de Governo e não uma Polícia de Estado.
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