A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quinta-feira, 1º, mandados de prisão e de busca e apreensão em uma investigação sobre desvios em contratos para a compra de kits de robótica com dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O caso veio à tona em abril do ano passado, depois de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre as aquisições em municípios de Alagoas. As compras eram assinadas por uma mesma empresa, pertencente a aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A PF investiga possíveis fraudes que podem ter gerado prejuízo de R$ 8,1 milhões. São cumpridos 26 mandados de busca e dois de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal de Alagoas.
Segundo a PF, os crimes teriam sido cometidos entre 2019 em 2022 em contratos de 43 municípios alagoanos.
“De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes”, informou a PF, em nota.
O caso
Os kits foram contratados com recursos, em boa parte, das emendas de relator. A empresa fornecedora dos kits de robótica é a Megalic, que funcionava em uma casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão, denunciou o jornal na época.
A empresa é apenas uma intermediária, embora tenha fechado contratos de ao menos R$ 24 milhões, ela não produz os kits de robótica.
A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), próximo a Lira, informou a reportagem da Folha.
Além da empresa e de Edmundo Catundo, são alvos da PF outros aliados de Lira em Alagoas.
Revista Oeste