Fenapef promove evento gratuito sobre saúde mental.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2022 apontam que o servidor na carreira policial tem até quatro vezes mais risco de se matar do que qualquer brasileiro não-policial. Diante de dados alarmantes, os sindicatos de policiais federais, bem como a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), têm promovido ações para a prevenção ao suicídio.
“Estamos no Setembro Amarelo, mês em que se faz o alerta para o grave problema da saúde mental, em especial dos policiais federais, que têm levado inúmeros colegas ao extremo do suicídio. Nós, da Fenapef, lutamos para que os policiais federais tenham todo o apoio necessário para enfrentar de forma altiva e saudável as intempéries e vencermos juntos todos os desafios de nossa vida funcional e pessoal”, comentou o diretor parlamentar Marcos Avelino.
O diretor da Fenapef relembra, também, que a Polícia Federal possui vários problemas na sua estrutura interna, que são antigos e que contribuem para a piora da saúde mental do policial federal. “Vão desde a falta de uma carreira única, democrática e meritocrática a todos os policiais, até à falta de reconhecimento e valorização pelo poder constituído. Somados todos às agruras pessoais, levam ao abalo emocional crítico e destruidor”.
Um levantamento feito pelo Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), atualizado em outubro de 2021, apresenta as estatísticas de suicídio entre policiais federais no Brasil nos últimos 22 anos. No documento, é possível verificar que 85% dos policiais federais que retiram a própria vida pertencem ao quadro de trabalhadores ativos. A maioria comete o ato na própria residência.
Suporte emocional
Diante do preocupante cenário, os sindicatos começam a oferecer serviços de apoio emocional. No Distrito Federal, por exemplo, o sindicato estabeleceu a parceria com uma clínica de psiquiatria, que integra o Projeto Acolher, cuja meta é oferecer aos sindicalizados um suporte cada vez mais eficiente na prevenção e tratamento às doenças da mente.
A Fenapef, por sua vez, além de acolher os sindicalizados que necessitam de suporte emocional, promove algumas ações para discutir o assunto e reduzir o preconceito e a resistência ao tema. Uma dessas ações é o webinário especial do Setembro Amarelo. Serão dois dias de evento, com psicólogos e policiais federais especialistas na área.
Felipe Machado, policial federal e mestrando em Psicologia, é um dos palestrantes e abordará o tema Inteligência Emocional. “É fato que a inteligência emocional é uma das principais ferramentas para a saúde mental de qualquer pessoa. Através de habilidades como autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e destreza social, podemos nos tornar pessoas mais resilientes e mais fortes na superação dos problemas do dia a dia”, comentou.
A OMS publicou um relatório em 2017 que apresentava o Brasil como o 2º lugar no ranking mundial em casos de depressão, atrás apenas dos EUA. Somente no Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade — o que coloca o país no topo do ranking mundial. “Isso é motivo mais do que suficiente para que possamos entender a importância de cuidarmos mais da nossa saúde mental, e a inteligência emocional tem papel fundamental nesse processo”, disse o palestrante. Felipe Machado relembrou, ainda, que “o cenário mundial apresenta um crescente número de transtornos mentais como depressão, ansiedade, burnout, etc., os quais podem ter como resultado final os tristes casos de suicídios”.
O webinário promovido pela Fenapef ocorrerá nos dias 28 e 29 de setembro, gratuitamente, pela Plataforma de Aprendizagem Virtual da Federação. Os interessados poderão se inscrever no link: https://fenapef.canaldoconhecimento.net
Fonte: FENAPEF